Autoral: As saias

As saias rodaram

Levantando a poeira,

Varrendo o chão

Onde pisaram os antigos

E os futuros pisarão,

Criaram vento

Ondas de branco e cor

Ritmadas em palma de mão

De coco, ciranda, afoxé, saravá

Negros e negras, na pele ou na alma

De gente que conhece o sim

Desde que aprendeu o não.

As saias rodaram

Invocando sentidos

Que não se sentem: vivem.

Sentidos

Que não se sentam:

Dançam.

Até a saia rasgar – ou além.

Tiago Cisneiros

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